De acordo com o cLabs, a transição do Celo incluiria alavancar o OP Stack como a arquitetura para se tornar um blockchain Ethereum L2.

A CLabs, a organização responsável pelo desenvolvimento da blockchain Celo, está buscando retornar ao ecossistema Ethereum fazendo a transição de uma blockchain independente de camada 1 compatível com EVM para uma solução Ethereum de camada 2.

De acordo com uma discussão de proposta no fórum de governança da Celo, a transição incluiria alavancar o OP Stack como a arquitetura para se tornar uma blockchain Ethereum L2, eliminando a necessidade de monitorar a composição de ferramentas e bibliotecas por meio de atualizações, “tornando mais fácil para os desenvolvedores da Celo utilizarem o gama completa de ferramentas/bibliotecas Ethereum.”

Outros fatores importantes de diferenciação incluiriam uma camada de disponibilidade de dados off-chain operada por operadores de nó Ethereum e protegida por Ether restaked (ETH), juntamente com a transformação de validadores atuais em sequenciadores descentralizados para L2.

Os blockchains de camada 1 e camada 2 diferem principalmente em propósito, mas também em seu design e arquitetura. Enquanto as redes L1 são projetadas para serem autossuficientes, as soluções L2 visam melhorar o desempenho das blockchains L1, em vez de operar de forma independente.

Os benefícios da transição incluem maior segurança, mantendo taxas de gás baixas. “Não esperamos nenhuma mudança significativa nas taxas de gás. Como a proposta é para uma solução L2 com disponibilidade de dados off-chain, o custo do gás pode ser muito menor do que em outras L2s”, diz a proposta, programada para ser discutida em uma chamada de governança em 21 de julho antes de ser divulgada para uma “temperatura cheque” no dia seguinte.

Ao adotar a proposta, os usuários finais não seriam afetados pela migração e os tokenholders CELO manteriam o controle sobre os contratos principais votando nas propostas de governança. Além disso, os tokens CELO também serão usados para pagar pelo gás.

Embora a transição pareça puramente técnica, ela pode afetar o ecossistema Celo de diferentes maneiras. De acordo com a discussão do fórum, isso poderia potencialmente permitir que mais liquidez flua entre a Celo e outras cadeias, mas também gerar custos extras para os sequenciadores, como taxas na camada de disponibilidade de dados e gás no Ethereum. Além disso, também não está claro se as recompensas dos sequenciadores combinariam com as recompensas dos validadores atuais.

Com os blockchains cada vez mais competitivos, a Celo tem trabalhado para melhorar sua experiência móvel, incorporando maior funcionalidade e recursos específicos. O ecossistema Celo também está voltado para as economias em desenvolvimento, onde há demanda por soluções mais tecnológicas para pagamentos.

Por ANA PAULA PEREIRA