Checar o pagamento e as condições dos trabalhadores da fábrica em cada etapa da cadeia de suprimentos.
Mapear, por completo, as emissões de carbono produzidas na fabricação, transporte e manuseio das mercadorias.
Ou, rastrear todos os componentes da cadeia de suprimentos verificando, automaticamente, as conformidade com os regulamentos e as leis, à medida que cruzam fronteiras e são processados ou combinados com outros elementos para criar um produto final para venda.
Todos esses recursos podem parecer interessantes, ao mesmo tempo que são métricas úteis para contextualizar o cenário que a organização tem criado durante suas atividades.
Mas, à medida que as cadeias globais se tornam mais complexas e o impulso para harmonizar as regras do comércio global diminuem ou se invertem, a capacidade de responder a essas perguntas pode se tornar crucial para qualquer empresa que pretende prosperar em mercados internacionais.
Durante as duas últimas décadas, as regras globais de comércio passaram por sucessivas tentativas de harmonização por tratados internacionais e organizações comerciais.
Contudo, recentemente a tendência passou a se reverter pelo motivo de ser complicado conciliar as regras internacionais com as demandas democráticas atuais por leis e regulamentos estabelecidos localmente. Este, também, é um dos desafios pelos quais as empresas passaram a depender para fazer negócios.
Em primeira instância, não há problemas em combinar democracia, acordos locais e comércio global razoavelmente abertos. A questão principal passa a ser os aspectos práticos que o torna difícil.
Na prática, todos os países que fazem seus próprios regulamentos e acordos bilaterais criam cenários propícios para o caos e a confusão. É absolutamente impraticável manter a documentação necessária, com a carga regulatória e de conformidade imposta, por métodos analógicos. Mas os computadores podem, o que nos leva ao Smart Contract.
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As redes comerciais modernas precisam de centenas de pessoas para cooperar – não apenas as partes envolvidas no comércio e seus clientes e fornecedores, mas também agentes alfandegários, coletores e agentes do sistema legal.
Por questões de confiabilidade, precisamos de leis e regulamentações, sob a forma de papelada. Se a papelada estiver correta e coincidir com o que realmente aconteceu para obter um produto embarcado através das fronteiras internacionais, certifica-se que tudo foi feito corretamente. Do contrário, discrepâncias indicam improbidade, corrupção ou erro.
No mercado de comércio global, as empresas operam com contratos – de envio e recebimento de remessas, salários e faturas pagas, mercadorias transportadas, contratos cumpridos, dívidas honradas e lei cumprida.
O que, até então, era realizado exclusivamente em papel – holerites, conhecimentos de embarque, certificados de segurança, credenciais profissionais, com referendas para verificar assinaturas e aprovação – já começa a ceder lugar para o futuro próximo: uma coleção de documentos totalmente digitalizados.
A tecnologia blockchain, com chaves de criptografia verificando a autenticidade dos dados e o armazenamento descentralizado, garantindo que os dados não possam ser perdidos, substituídos ou adulterados, fornece um meio ideal para gerenciar documentos digitais para comércio internacional.
Além do fator sustentabilidade, a já obsoleta utilização do papel para a digitalização em blockchain é uma mudança fundamental na natureza dos contratos e acordos.
Combinando a tecnologia blockchain com a Inteligência Artificial, por exemplo, e munindo-os de dados sobre o que foi acordado pelas partes em um contrato e o que é necessário para a conformidade regulatória, essas ferramentas podem começar a gerenciar a conformidade de forma auto gerenciável.
Um bom exemplo é a possibilidade de rastreamento de alimentos da fazenda até um supermercado. Com acesso a esses dados, descobrir se uma determinada remessa está em conformidade com as regulamentações locais se torna um problema muito mais maleável, que pode ser resolvido automaticamente.
Como as economias de escala reduzem os custos, a ideia de ter uma cadeia de fornecimento global totalmente legível começa a parecer viável.
Assim como os contêineres de transporte impulsionaram o comércio padronizando as remessas, a Internet dos Acordos pode padronizar as formas como trocamos e processamos os metadados de comércio, e são esses metadados que são importantes para a conformidade.
Outros fatores de produção poderiam ser rastreados e gerenciados da mesma forma. É possível inspecionar os contratos de trabalho usados por fornecedores, visando garantir que padrões mínimos de remuneração, segurança ou educação sejam cumpridos.
Este novo ambiente não requer que as leis de todos seja unificada, mas, requer apenas que as leis de todos estejam conectadas e acordadas de alguma forma. A Internet de Acordos tem o potencial de facilitar isso, permitindo que o comércio flua onde é legal e satisfaz as necessidades do mercado.