A agricultura é, sem sobra de dúvidas, um dos principais motores da economia global. À medida que a população mundial cresce, a demanda por suprimentos alimentícios e produtos agrícolas aumenta proporcionalmente.
Muitos agricultores tem investido em novas tecnologias visando elevar os níveis de produtividade e eficiência nas fazendas. Entretanto, quando o assunto é implementação de tecnologia para o comércio digital, a adoção é um pouco mais lenta.
De fato, é difícil acreditar como a agricultura tem se transformado nos últimos 40 anos. Equipamentos e maquinários, plantações e reprodução de animais, fertilizantes, ração animal e controle de pragas. Todos esses setores tem sido bem-sucedidos na adaptação a um mundo em constante crescimento e de consumo desenfreado.
Mas, ainda sim, existe uma parte crucial de todo esse processo que não pode ser esquecida: o comércio.
Na década de 80, agricultores e agropecuaristas ganhavam apenas 31 centavos de dólar para cada dólar recebido.
New York Times
O restante do montante era pulverizado entre despesas que atendem desde a semeadura até a distribuição do produto final. Nas décadas a diante a produtividade cresceu graças à inteligência artificial, embaladoras industriais, drones, sistemas eficientes para utilização de água, robôs espantalhos, entre outros.
Isso poderia significar que os latifundiários estão, atualmente, obtendo maiores lucros, pois o raciocínio lógico estabelece que quanto mais é produzido, mais rendimentos os fazendeiros obtém. Certo?
Infelizmente, não é o que tem acontecido.
Apesar das atuais tecnologias terem favorecido a produtividade agrícola, em certos aspectos, o comércio dessa produção não foi otimizado pelas práticas modernas.
As práticas antigas de comércio já não são suficientes para atender ao comércio global, pois já provou que tem gerado grande volume de problemas, incluindo fraudes, precificação desleal e dependência de intermediários custosos.
Além da grande quantidade de documentações envolvidas em cada processo de comércio entre fornecedores e compradores, todos esses documentos devem ser organizados, apresentados e acordados entre as partes, que envolvem terceiros, instituições financeiras, companhias logísticas e prestadores de serviços de segurança, por exemplo.
Uma atividade cíclica e dispendiosa que, de certa forma, gera um novo negócio dentro da comercialização de produtos agrícolas. Times de especialistas são contratados para realizar essas atividades rotineiras.
Muitas organizações utilizam e-mails para contatar seus clientes e atualização de status das operações por meio de planilhas. São alternativas que, talvez, seriam adequadas caso a indústria do comércio agrícola tivesse estrutura diferente. Mas, não são suficientes para atender a constante e crescente demanda que a nova produção requer.
As interações não digitais envolvem verificações manuais. Todas as vezes que alguma das partes compartilha alguma informação, ainda há a necessidade de conferência da autenticidade, além de ser preciso adaptá-la às práticas dos parceiros de negócios.
Assim, muitas companhias que fazem parte do comércio agrícola dependem de intermediários, mesmo que essas transações externas representem custos significativos.
Isso nos traz de volta ao assunto inicial, a última parte desse quebra-cabeça, que necessita ser revolucionada para, então, poder realizar suas transações comerciais de forma justa, inteligente e eficiente.
Sem dúvidas, a Internet é um fator-chave na condução do comércio internacional, conectando compradores e fornecedores de diferentes localidades ao redor do mundo.
Contudo, uma das limitações é que a Internet nunca será suficiente para promover relações de confiança entre parceiros de negócios, construídas através de relações interpessoais.
Fundamentar decisões de negócios em informações autênticas e confiáveis é essencial para guiar transações de forma eficiente e benéfica. O futuro do comércio agrícola está na automação das transações, mas não somente entre fazendeiros e compradores.
Toda da cadeia de fornecimento necessita ser digital, incluindo terceiros e prestadores de serviços. Um ecossistema completo para o comércio de produtos agrícolas, onde fornecedores e compradores possam negociar em um ambiente confiável, transparente, saudável e seguro. Com a tecnologia blockchain já é possível.
Blockchain para Comércio Agrícola
Uma sequência de blocos de informações digitais. Cada um desses blocos contém um endereço numérico único e cada uma das informações é datada, como homologação, onde toda a base é compartilhada.
Na rede, cada computador conectado receber uma cópia do blockchain, a qual contém todos os dados e cada interação realizada em toda a cadeia de fornecimento.
Da perspectiva operacional, havia a necessidade de realizar combinação de uma série de plataformas em apenas uma, uma atividade custosa e praticamente impossível devido a incompatibilidade dos métodos de armazenamentos de dados.
Contudo, o blockchain é capaz de resolver esse impasse de uma forma revolucionária, proporcionando a integração entre comerciantes de produtos agrícolas, fazendeiros, compradores, terceiros, compradores e prestadores de serviços, de forma que possam compartilhar dados do negócio e informações relacionadas às transações.
Redução dos custos de distribuição, segurança financeira e otimização de transparência são alguns dos resultados oferecidos pelo blockchain aplicado em transações comerciais.
É momento de reavaliar métodos e reinventar a forma como o comércio agrícola é realizado. Para isso, nada melhor que visualizar o futuro e tomar providências no presente.