Bittrex, desde a sua fundação em 2013, ofereceu apenas pares cripto-cripto para negociações.
O que mais se “aproximou” de uma moeda fiduciária foi quando listaram USDT, uma “stablecoin” (ativos com outros valores atrelados) indexada em dólar, criada pela Tether (que é uma startup de blockchain).
No entanto, o problema era que o token não podia ser resgatado com segurança em dinheiro físico.
A bolsa disse que os novos pares de negociação vão iniciar com Bitcoin (BTC), Tether (USDT) e TrueUSD (TUSD). Mercados fiat adicionais serão implementados em um futuro próximo.
“Tem sido um longo caminho. Não se trata apenas de bancos poderem confiar na Bittrex, mas de os bancos confiarem nas criptomoedas em geral. O novo mercado está virando a página em termos de aceitação”, disse o diretor executivo da empresa, Bill Shihara, em uma entrevista, segundo a Bloomberg.
A partir de 31 de maio, os comerciantes corporativos em Washington, Califórnia, Nova York e Montana já podem fazer depósitos em dólar americano.
Bittrex e a desconfiança de Instituições Financeiras
“Encontrar um parceiro bancário tem sido uma luta para todas as corretoras de criptomoedas, já que a maioria das instituições hesita em prestar serviços a empresas envolvidas em uma indústria que é frequentemente vista (talvez erroneamente) como um paraíso para lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas”, conforme a análise da CCN.
A Coinbase revelou a burocracia e a apreciação minuciosa que bancos realizam para aceitar uma parceira, citando principalmente até antecedentes de todos os envolvidos.
Essas informações partiram do acordo da subsidiária no Reino Unido com o Barclays em março.
Shihara disse que eles realmente olham e examinam todo o negócio.
“Eles querem ter certeza de que temos processos sólidos, sobretudo, controle financeiro. Eles fazem verificações de antecedentes e tudo mais”, relatou o executivo.
No Brasil, uma briga judicial entre a corretora Mercado do Bitcoin e o banco Santander teve desfecho recente.
A instituição mais antiga saiu ganhando na ação que foi movida ainda no ano passado.
Em nota, a corretora lamentou a decisão e disse que tomaria as providências necessárias.
Na ocasião, o Santander não quis se pronunciar, pois alegou que o banco “não comenta caso sub judice”.
Em 2015, o Itaú agiu de maneira semelhante ao Santander contra a mesma exchange.
Contudo, o caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça que também deu vitória para o banco.