Uma nova tecnologia que, quanto mais estudada, maiores suas possibilidades. Os setores onde o blockchain pode otimizar a logística e a cadeia de suprimentos é numeroso e diversificado – agronegócio, comércio exterior, produtos de luxo como joias e vinhos, produtos farmacêuticos, imóveis e construção, aeronáutica, automotiva, dentre outros.
Vejamos algumas dessas áreas que a tecnologia blockchain pode proporcionar melhoria de desempenho na logística e cadeia de suprimentos:
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
A indústria agrícola é, atualmente, o setor mais convincente para apresentar o impacto do blockchain em cadeia de suprimentos.
Os recorrentes casos em mídia que apontam fraudes no abastecimento alimentar, escândalos e deficiências em sistema de rastreabilidade, além da falta de transparência nas cadeias logísticas, são pontos de defasagem do setor.
Funcionando como um registro distribuído, transparente e incorruptível, o blockchain pode auxiliar a combater a obscuridade dessas cadeias de suprimentos e apresentar um diagnóstico muito mais ágil das fontes de contaminação ou momentos exatos onde ocorreram as fraudes.
O blockchain permite que todas as partes interessadas de uma cadeia de suprimentos visualizem cada etapa do processo de fabricação de um produto alimentício, desde sua produção até seu ponto de venda.
O registro pode ser realizado de forma manual – fotografando os documentos com um smartphone e disponibilizando-os em uma plataforma, ou de maneira automática – por meio de sensores conectados ao produto, capazes de transmitir dados automaticamente como localização, temperatura e umidade, registrando-os diretamente no blockchain.
Todos esses “inputs” ficarão disponíveis para os parceiros que receberam permissão para acessar o blockchain, e acessar data e horário em que tais informações foram inseridas. O domínio das informações deixam de ser unilateral para passar a ser multilateral, onde os vários agentes envolvidos podem detectar em tempo real quando e onde a fraude ou irregularidade foi cometida.
COMÉRCIO EXTERIOR
A redução de fraudes e erros também são presentes no mercado de comércio exterior quando o blockchain é aplicado, da mesma forma que a rastreabilidade da carga se torna automática.
A cada 10 commodities embarcadas, 9 são enviadas por meio de transporte marítimo e o custo para o processamento e administração documental é responsável por quase um quito dos custos relacionados ao frete marítimo.
Atualmente, a remessa internacional de cada mercadoria precisa ser inspecionada por quase 30 organizações durante sua jornada, o que representa custos elevados.
Além disso, o processo ainda é amplamente baseado em verificações manuais e documentadas em papel. Caso um documento impresso esteja faltando em determinado estágio do processo, por exemplo, um contêiner inteiro (ou vários da mesma ordem de serviço) devem permanecer parados.
O transporte pode, então, ser atrasado por vários dias, ou ainda pior, por vezes é necessário descartar todo o contêiner, por conta das condições de armazenamento durante a espera terem sido inadequadas.
Por esse motivo, a digitalização da remessa internacional através do blockchain poderia economizar boa parte de seus custos reais.
Na prática, o sistema funcionaria da seguinte forma: no momento em que um dos agentes da cadeia de suprimentos assina um documento associado a um determinado processo, uma versão digital do documento é criada. Uma impressão digital exclusiva e criptografada associada a este documento é, então, gravada em um blockchain acessível a todas as outras partes interessadas (da mesma forma, é possível associar a um blockchain privado).
A utilização de diferentes sensores e chips NFC e RFID facilitam a coleta de dados sobre a posição das cargas e suas condições de transporte, registrando estes dados automaticamente no blockchain.